por Flávia Cosentino
Com os inúmeros escândalos que vem sendo noticiados dentro da gestão pública de todo Brasil nos últimos tempos, os atuais e futuros governantes municipais tem de ter ciência da importância de suas Prefeituras, visto que estas atuam como protagonistas na entrega e manutenção de bens e serviços públicos básicos, seja com o apoio financeiro do Estado e União Federal, seja assumindo responsabilidades que, legalmente, deveriam ser dos governos estaduais e federal.
Não é novidade as limitações encontradas pelos gestores das cidades, especialmente dos pequenos municípios, cujos sobrevivem principalmente de repasses que vêm dos governos Estadual e Federal.
Milhares de prefeituras brasileiras encontram dificuldades para manter seu funcionamento em dia, enquanto precisam fazer malabarismos para realizar políticas públicas eficazes. Mesmo com essa realidade, percebe-se que ainda falta vontade de mudança ao passo que falta conhecimento e capacidade de pensar em uma gestão de maneira mais moderna e profissional.
Apesar dos inúmeros desafios enfrentados pelos municípios, onde muitas vezes faltam gestores preparados, pouca fonte de receita e muitos vícios de administração, é possível encontrar soluções através de diferentes iniciativas, vejamos:
1. Organização
Para encontrar novas soluções é necessário realizar um diagnóstico da gestão, ou seja, fazer um mapeamento de toda administração pública municipal de forma a entender detalhadamente como cada área está funcionando, qual o seu custo, quais existem problemas e quais permitem reparos ou sugerem intervenção imediata, de forma a organizar o cenário público encontrado.
Isso porque, os gestores públicos precisam deixar claro para a população o quadro administrativo e econômico deixado pelos seus antecessores, apresentando as reais condições e limites da gestão pública municipal enfrentada, o que exige muita sensibilidade e preparo técnico por parte dos diversos representantes políticos e seus aliados para que as devidas obrigações públicas sejam cumpridas e o atual estado de estagnação seja superado, de forma transparente e organizada.
Além disso, é necessário investir em comunicação assertiva, visto que má qualidade da comunicação interna é um grande empecilho na gestão pública, sendo inclusive uma das causas da ineficiência na implementação de melhorias e impacta na organização da administração pública. Ainda, é essencial promover discussões entre setores diferentes e entre os componentes de cada um deles para eliminar ações desnecessárias e melhorar a qualidade do trabalho.
2. Aproveitamento e capacitação do quadro de funcionários públicos
A administração municipal exige domínio de competências relevantes para a assertiva execução das atividades administrativas.
Contudo, o corpo técnico de diversas prefeituras apresenta qualificação baixa e mínimos investimentos na capacitação e atualização dos profissionais responsáveis.
Dessa forma, um melhor aproveitamento do quadro de funcionários, investindo em capacitação e encontrando talentos para determinadas funções pode até ser algo custoso para alguns municípios, porém acarretará reflexos positivos na gestão pública, tanto no que tange a qualidade do serviço público, como na economicidade da gestão pública.
3. Transparência
A conscientização de transparência na administração pública traduz a necessidade de representantes e agentes públicos se conscientizarem de que toda informação pública é propriedade do cidadão e o estado tem o dever de torná-la acessível.
Pode-se dizer que, atualmente, a transparência é uma das principais ferramenta para o combate à corrupção e, portanto, é preciso criar meios que possibilitem o acesso, o acompanhamento e a fiscalização dos dados relacionados às operações e projetos da prefeitura.
4. Otimização de despesas públicas
No curto prazo uma alternativa para a gestão pública dos pequenos e médios municípios é a criação de agendas intermunicipais. Vários temas como resíduos sólidos, merenda e mobilidade urbana podem ser mais bem geridos se executados de forma consorciada.
Além disso, a promoção de campanhas e orientações voltadas à sustentabilidade ambiental e socioeconômica na administração é fundamental para evitar desperdícios e preservar os recursos públicos. Redução de gastos com serviços de limpeza, vigilância, telefonia, água, energia elétrica, papel e transporte é uma conduta que deve ser incorporada à cultura da gestão pública municipal.
5. Investimento em tecnologia
Os avanços tecnológicos, apesar da necessidade de investimentos, oferecem múltiplos benefícios à administração pública, tais como redução de custo de materiais e de mão de obra utilizada para determinadas funções, aumento da capacidade de armazenamento das informações com maior segurança, agilidade nos processos e atendimentos, e aceleração na tramitação de documentos, além de permitir uma maior transparência na comunicação com a população.
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